O texto " Noção de criança e infância: diálogos, reflexões, interlocuções" de Michele Guedes Bredel de Castro, lido e discutido em sala de aula, entre outros aspectos relevantes discute a evolução do conceito de criança e infância a partir de um a perspectiva sociológica, as diversas formas de infância que variam de acordo com a região e o espaço em que ela vive, e a importância de compreender a criança como um ser social e produtor de cultura rompendo com o adultocentrismo.
Se por um lado a criança era considerada um adulto em miniatura em algumas ocasiões. Por outro lado, deveriam ser submetidos as vontades impostas pelos adultos, sendo desta forma completamente anulados enquanto ser social. Existiria então apenas um conceito para estabelecer a ideia de criança? Qual seria a mais correta? Segundo Pinto e Sarmento (1997, p. 33): " (...) uns valorizam aquilo que a criança já é e que a faz ser, de facto, uma criança; outros, pelo contrário, enfatizam o que lhe falta e o que ela poderá (ou deverá) vir a ser. Uns insistem na importância da iniciação ao mundo adulto; outros defendem a necessidade da proteção face a esse mundo. Uns encaram a criança como um agente de competências e capacidades; outros realçam aquilo de que ela carece.
De acordo com o texto podemos perceber que não há uma regra e nem um conceito pré estabelecido para se definir infância. O que irá determinar essa fase são os aspectos econômicos, históricos, culturais e políticos, que resultam em diferentes infâncias que existem em um mesmo tempo e lugar. Caracterizando assim a diversidade cultural. Para Silveira (2000), a definição de infância está ligada à ótica do adulto.
Uma das principais teses citadas no texto sobre os estudos contemporâneos revela que as crianças são sujeitos ativos e não meramente passivos. Por isso, a importância da proposta de estudar as crianças como um ser independente e capaz de produzir a sua própria cultura sem viver às sombras do adulto, podendo ser ator principal de sua própria história, rompendo com o adultocentrismo.
Observando as reflexões citadas pela autora podemos concluir que não há uma resposta ou conceito concreto e único para a definição de infância, pois, o texto nos mostra como essa fase da vida pode ser vista. Entretanto, existem caminhos que podem nos levar a analisar e entender com uma visão abrangente o mundo da criança, suas experiências e suas interações.